Por um longo período, houve uma tendência de um modo geral em identificar a civilização grega com o esplendor do período dito Clássico, em Atenas, no decorrer do século V a. C. Recentemente, pesquisadores fixaram seu olhar no período anterior, naquele período que, por comodidade, costuma designar-se por Arcaico. Os estudos baseados em novas abordagens da história grega referentes a este tempo demonstraram que longe de ser apenas uma mera "pré-história" do "Século de Ouro" provou ser o próprio cadinho no qual foram sendo moldados os elementos que viriam a sedimentar a cultura Clássica. Uma releitura dos mitos revelou os modos de pensar e sistemas de valores que viriam a subsistir por longo tempo e a dar corpo às diferentes formas de expressão do pensamento dos gregos. No caso do Mito de Prometeu e Pandora não foi com a tragédia ou com o pensamento filosófico que se foi propagado entre os gregos. Porém foi com a poesia.
A Ilíada e Odisséia de Homero são ainda as principais fontes utilizadas pelos pesquisadores para compreender a Grécia Arcaica e a formaçào da Grécia Clássica. De forma que esses poemas são, infelizmente, as principais fontes que estabelecem uma vaga, mas de certa forma confiável, descrição sobre a vida social, econômica e política da Grécia num período tão recuado. Mas outra fonte se mostra capaz de estabelecer estes aspectos. Trata-se do poema Os Trabalhos e os Dias de Hesíodo, considerado um contemprâneo de Homero, mas que apresenta formas de abordagens, tanto estilísticas como temáticas, bem diversas deste autor. É com Hesíodo que esta seção irá se basear para mostrar um pouco da Grécia Arcaica baseando o enfoque na questão do mito de criação do homem: o Mito de Prometeu e Pandora.
O mito de Prometeu e Pandora
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